quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

caminhei na praia aquela tarde, a chuva fina caía congelando minhas bochechas. Minhas botas faziam um barulho engraçado na areia molhada. Em alguns pontos, eu chafurdava na areia. Mas eu contiunei andando. Algo estaria me esperando, algo ou alguém. Caminhei talvez por kilômetros, minutos que pareciam horas, debaixo da chuva torrencial, que agora caía agressiva. Mas eu não parava de caminhar. E então em um ponto eu pude avistar um local totalmente meu, recluso, longe da vista dos banhistas. Havia rastro dos humanos naquele lugar, provavelmente pescadores, mas quem quer que fosse, havia passado por lá a muito tempo. Então eu me fui me aproximando e admirando toda aquela beleza, os trovões fazendo meu coração bater forte. Eu não estava com medo. Me sentei em uma pedra e fiquei observando. Eu estava encharcada, mas não importava. Era por aquilo que eu estava esperando, por aquela visão solitária. Contemplei um horizonte que era só meu, fiz confissões que eram só minhas e dos trovões, e me sentia parte de tudo. Da chuva, dos relâmpagos, da areia. Eu tenho a impressão de que encontrei minha felicidade, olhando para o horizonte chuvoso, sozinha.

sábado, 10 de janeiro de 2009

a chuva batia em minha janela, e aquele barulho pesado, mas confortante me fez levantar. Eu abri a janela, e senti o vento frio atravessando a minha pele, o vento parecia ser um velho amigo com piedade, afagando minhas bochechas, a sensação era reconfortante. Então eu me apoei na janela, pra sentir a chuva. As gostas caíam em meu rosto e se espalhavam como lágrimas. Era o que eu precisava. Eu estava suficiente forte para chorar 5 chuvas de verão como aquela. Então as gotas poderiam mesmo funcionar como minhas lágrimas. Agora lavava meu rosto, mais tarde lavaria meu peito. Eu já não tinha mais forças para chorar a sua ausência, as lágrimas já haviam secado, o peito secou mas a dor continuava a me machucar, era como uma ferida com o sangue estagnado, pisado, precisando ser lavado. E aquela chuva, minhas lágrimas artificais lavariam, era isso que eu esperava. Choveu durante 30 minutos. Mas parecia horas, e não sei ao certo porque. Mas quando parou de chover e o vento mudou de direção, eu me senti mais leve, e mais aliviada. Então eu pude esboçar um sorriso. Não aquele sorriso que envolveria todo o meu rosto, aquele sorriso que mostraria meus dentes, o brilho dos meus olhos,minha covinha na bochecha e nos cantos da boca. Eu esbocei um sorriso que só mostrou as covinhas do canto da boca. Somente isso. Mas já era mais que suficiente, uma batalha eu havia ganho, na guerra contra mim mesma.

sábado, 3 de janeiro de 2009

eu te amo ♥

eu te conheço a tanto tempo, de outras eras. E eu leio no seu olhar todas as nossas lembranças. Você é tão imperfeito, mas ao mesmo tempo tão perfeito pra mim, só pra mim. Você some, aparece, me intriga. E eu já não consigo mais viver sem a tua presença, pouca presença. Mas o suficiente pra me deixar feliz.