quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

um pouco de paz

Caminhei descalça naquela chuva, o alfalto quente queimando um pouco o pé, mas aquilo não me incomodava. A chuva caía, formando gotas nos meus cílios, eu só ouvia o barulho da minha respiração e os trovões. Eu estava sozinha naquela estrada, caminhando sem destino, sem sapato, sem pressa. Ás vezes eu pisava propositalmente em uma poça de água, ou me enroscava na vegetação crescente da beira da estrada, estava tudo coberto com orvalho. E eu alí única, sem contato com o mundo, sem celular, sem rg nem cpf. Indigente, mas tão gente. Mas tão eu. E tanta paz. E aquela paz se multiplicava com as gotas da chuva.